Imunidade a fungos
Carlos Henrique Alves de Sousa2
Introdução
As infecções por fungos acometem principalmente hospedeiros imunocomprometidos, sendo uma grande preocupação da ciência médica entender o papel da imunidade inata e adquirida frente às diversas espécies e morfotipos de fungos. Alguns fungos desenvolveram mecanismos para iludir o sistema de defesa, tornando-se parasitas intracelulares de fagócitos. O conhecimento da resposta imune aos patógenos fúngicos pode orientar o desenvolvimento de novas modalidades terapêuticas. O artigo aqui resumido (Shoham 2005) faz uma revisão da resposta imunológica a fungos em pacientes oncológicos.
Visão geral
Das 100.000 espécies de fungos, apenas uma pequena parte infecta humanos, a exemplo de Aspergillus spp., Candida spp. e Cryptococcus spp., e patógenos emergentes como Fusarium spp. e Trichosporon spp., além de zigomicetos e alguns fungos que produzem paredes escuras (“dark walled fungi”).
Alguns fatores principais são importantes na resposta imunológica, incluindo a espécie de fungo, o sítio de infecção, o morfotipo do fungo (levedura, hifa, pseudohifa ou esporo) e as características do hospedeiro. A tabela I mostra as principais deficiências na defesa do hospedeiro que predispõem os pacientes a infecções por alguns fungos específicos. Os mecanismos de defesa apresentados pelos hospedeiros incluem diversos elementos, notadamente os seguintes:
Fagócitos residentes no órgão atingido, que tentam matar ou danificar o fungo ;
Neutrófilos e monócitos recrutados para os sites da infecção pela ação de citocinas, quimiocinas, proteínas do complemento;
Intermediários reativos de oxigênio;
Peptídeos antimicrobianos;
Células dendríticas que processam antígenos, expressam moléculas coestimulatórias, migram para os órgãos linfóides, secretam citocinas (os sinais variam dependendo da espécie e morfotipo do fundo);
Células T CD4+ que se diferenciam em Th1 ou Th2 determinando