Impropriedades Linguísticas
Impropriedades Linguísticas I Quem corrige textos toma contato com uma série de deslizes no uso de determinadas estruturas de linguagem que se repetem sistematicamente: problemas ortográficos, confusão entre palavras, noções obscuras, circunlóquios, vícios de linguagens, tautologias etc. Veremos, a seguir, alguns dos casos mais comuns que podem ser evitados com um pouco de cuidado e atenção.
Palavras e Expressões que oferecem dúvidas e dificuldade no processo da escrita:
1-POR QUE/ POR QUÊ/ PORQUE/ PORQUÊ
1º passo: DEFINIR se é JUNTO ou SEPARADO
1) Deve-se SEMPRE usar o método da SUBSTITUIÇÃO da PALAVRA “POR QUE” pela expressão equivalente “POR QUAL MOTIVO”.
2) SE NÃO FOR POSSÍVEL A SUBSTITUIÇÃO, deve ser escrita “JUNTO” (PORQUE).
2º passo: DEFINIR o acento.
Para isso, observe o seguinte:
a) POR QUÊ (separado com acento): somente quando “esbarra” em qualquer sinal de pontuação (vírgula, reticências, ponto-e-vírgula, ponto final, de exclamação, de interrogação, etc), no meio ou no final de frase.
b) PORQUÊ (junto com acento): somente se puder ser substituído pela palavra MOTIVO. E sempre vem antecedido de um ARTIGO, PRONOME ou NUMERAL, já que essa palavra passa a ser um substantivo, podendo inclusive se flexionar no plural (Os porquês...)
c) O PORQUE (junto sem acento) sempre indicará uma explicação ou causa, por isso é uma conjunção. E, na maioria das vezes, equivale a POIS ou JÁ QUE.
Importante!
Há um “por que” (separado sem acento), diferente desses anteriores, pois é formado por duas palavras distintas: “por” (preposição) e “que” pronome relativo que equivale a “o qual, a qual, os quais, as quais”. Neste caso, esse “por que” só vem no meio da frase e sempre antecedido de um substantivo.
Ex. O problema por que (pelo qual) ela está passando já foi resolvido.
Trecho-exemplo com todos os porquês:
—Gostaria muito de saber por que