Imprensa e ditadura
Érico Oliveira de Araújo LIMA2
Universidade Federal do Ceará, Fortaleza, Ceará
Resumo
Este artigo trata da relação entre imprensa e governo durante a ditadura militar brasileira de
1964-1985. Busca-se entender como a ideologia do regime esteve expressa nos grandes jornais e nas grandes emissoras de televisão da época. Aborda-se a perspectiva do colaboracionismo dos grupos de comunicação com o governo autoritário e a troca mútua de benefícios entre imprensa e Estado repressor. Trata-se da dinâmica da construção da hegemonia do regime na sociedade brasileira e de como o jornalismo pode influenciar no processo histórico e nos mecanismos de legitimação política de um regime.
Palavras-chave: história; imprensa; ideologia; ditadura
1. Introdução
Há 45 anos, uma ditadura civil-militar foi instalada no Brasil através de um golpe de
Estado: os anos de repressão se prolongariam até 1985, quando a transição lenta e segura pretendida pelos donos do poder foi concretizada. O governo militar procurou manter-se forte ao longo desse período, tanto reforçando o aparato policial e os órgãos de investigação quanto recorrendo à construção de uma hegemonia ideológica na sociedade brasileira.
Para legitimar-se, o regime precisava divulgar a idéia de que era absolutamente necessário para garantir a segurança do país e proteger as instituições das investidas dos guerrilheiros, que passaram a ser chamados terroristas. O fim a ser alcançado, o estabelecimento de uma imagem positiva do regime, passava pelas estratégias de comunicação, pelo uso das mídias. Como diz Helena Weber (2000), “governar de modo
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Trabalho apresentado no Grupo Temático História do Jornalismo, modalidade Iniciação Científica (IC), do VII
Congresso Nacional de História da Mídia
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Estudante do 4° semestre do Curso de Comunicação Social – Habilitação em