Imprensa investigativa e publicidade opressiva – limites legais à divulgação de procedimentos criminais
Imprensa investigativa e publicidade opressiva – Limites legais à divulgação de procedimentos criminais
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SUMÁRIO
1. Introdução
2. A notícia tratada como mercadoria: Sensacionalismo e a cultura do medo
3. Conclusão
4. Bibliografia
1. Introdução
Dentre as diversas modificações observadas, ao longo do Séc. XX, sobretudo, a partir de sua segunda metade, tem-se na consolidação da indústria da informação como um dos fenômenos de maior notoriedade. A indústria da mídia adquire, ao longo do século, um modus operandi capitalista, buscando constante atualização às necessidades de um mercado em constante expansão. Nesse diapasão de produção em série e lucratividade ilimitada observou-se o fenômeno da mercantilização de diversas formas relações humanas, onde toda e qualquer atividade produtiva tem que, necessariamente, estar vinculada a alguma forma de lucro. Sob esse contexto, situa-se a transformação da indústria da informação, que deixou de ser a atividade isolada de alguns idealistas que imprimiam seus periódicos nos porões de suas casas, tal como ocorria no século anterior, para transformar-se em poderosíssimos conglomerados econômicos, com elevados índices de lucratividade, além de influência decisiva na formação de conceitos e modus vivendi das pessoas. Sob esse prisma de atividade industrial, voltada para a lucratividade ilimitada, o trabalho jornalístico cada vez mais se diversificou, em diversas áreas de interesses, com linguagem e forma de atuação próprias.Dentre essas diversas áreas, chama especial atenção a do chamado jornalismo investigativo, em especial, aquele voltado para a apuração e divulgação de fatos criminosos que possam atrair o interesse da coletividade. Vale acrescer que, com o aumento indiscriminado dos grandes centros urbanos, observa-se também, ao longo do Séc. XX, um extraordinário crescimento dos índices de