Imposição de Mãos
Carlos Kleber Maia
O escritor da epístola aos Hebreus fala de seis coisas elementares que cada crente, mesmo os novos na fé, precisam conhecer antes de amadurecerem, e entre elas está a imposição das mãos (Hb 6.1,2).
Segundo o Dicionário Bíblico John Davis a imposição de mãos era um ato simbólico pelo qual se fazia a consagração de uma pessoa ou animal para um fim específico.
A imposição de mãos envolve basicamente um princípio de transferência, seja de bênção, de culpa, de poder ou de autoridade. Deve ser usada com cuidado, mas não deve ser negligenciada, pois é um importante meio dos membros do corpo de Cristo servirem uns aos outros, quando uma pessoa coloca sua mão ou ambas sobre o corpo de outra pessoa, com um propósito espiritual definido.
Propósitos para imposição de mãos
1) Imputar
Os israelitas punham as mãos sobre a cabeça das vítimas quando traziam um animal para o altar dos sacrifícios e o consagravam a Deus, como representante e substituto do pecador (Êx 29.10, 15, 19; Lv 1.1-5; 4.15; 8.4, 18, 22; 16.21; 24.14; Nm 8.12; 2 Cr 29.23). A idéia era transferir a culpa para aquele animal, que seria sacrificado em favor do pecador.
Também quando alguém era apedrejado por ter cometido sério delito, os anciãos impunham as mãos sobre ele (Lv 24.10-14). Neste caso, as testemunhas declaram que a culpa caísse sobre o ofensor. O lavar de mãos significava: “não somos culpados” (Dt 21.6); a imposição: “ele é culpado”.
2) Curar
O emprego da imposição de mãos na administração de curas já era conhecido no Antigo Testamento. O general Naamã aparentemente esperava que o profeta Eliseu a empregasse no seu caso (2 Rs 5.11). Em nenhum texto a imposição de mãos é apresentada como algo mágico e poderoso em si mesmo, nem como um gesto necessário para que algo especial aconteça. Em alguns casos, surge como um gesto litúrgico. Exemplos:
Jesus curou muitas pessoas impondo-lhes as mãos (Mt 8.3, 23; Mc 1.41; 6.2-5; 7.32; 8.15, 23-25;