importancia da demonstração de origens e aplicações de fundos
DAS EMPRESAS
I. - EMPRESAS NÃO FINANCEIRAS
Jorge Bento Ribeiro Barbosa Farinha
Abril de 1993
1. INTRODUÇÃO
A problemática que nos propomos abordar é um tema que, não obstante a sua importância, é frequentemente ignorado ou, pelo menos, relegado para um segundo plano na análise da situação financeira e do risco de crédito das empresas.
Cremos, todavia, que a correcta reconstituição e análise dos fluxos de tesouraria de uma empresa permite dispôr de um conjunto integrado de informações que dificilmente se torna perceptível através dos instrumentos mais utilizados pelos gestores e analistas financeiros, geralmente preocupados apenas com a apreciação da evolução e estrutura dos balanços e demonstrações de resultados ou com a análise de rácios económico-financeiros1.
O principal motivo para este menosprezar da análise dos fluxos de tesouraria de uma sociedade prende-se, segundo cremos, com a natureza da informação normalmente disponível em termos de Origem e Aplicação de Fundos (MOAF) de uma empresa, nos termos do Plano Oficial de Contabilidade em vigor.
De facto, tradicionalmente a Contabilidade tem vindo a disponibilizar um conjunto de informações quanto a fluxos (e.g., o fluxo de investimento - apresentado no MOAF) como forma de complemento da informação sobre stocks (e.g., o stock de Imobilizado Corpóreo - constante do Balanço).
A razão de ser desse complemento deriva essencialmente do facto de a informação constante dos Balanços ser como que uma "fotografia" de um todo dinâmico (a actividade de exploração, investimento e financiamento de uma empresa). Desta forma, não se poderá apreciar correctamente o desenvolvimento, características e evolução dessas actividades dinâmicas através da observação de meras imobilizações no tempo dos seus efeitos. Ou seja, através da simples análise de um determinado conjunto de stocks, ainda que