imperialismo de schumpeter e marxistas
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Interpretações clássicas do imperialismo Eduardo Barros Mariutti
Fevereiro 2013
Interpretações clássicas do imperialismo
Eduardo Barros Mariutti
Resumo
Este artigo é um estudo preliminar que que servirá de base a uma pesquisa mais ampla referente às características do “novo” imperialismo. Partindo do modo como se estabelece a relação entre imperialismo e capitalismo, o artigo discute as principais características do debate “clássico” sobre o imperialismo, situando as interpretações no contexto em que foram produzidas, mas com vistas a destacar os pontos de maior interesse para o debate contemporâneo.
Palavras-chave: Imperialismo; Marxismo.
Review
This article is a preliminary effort for the development of a larger study regarding the characteristics of the “new” imperialism. To highlight the points of greatest interest to the contemporary debate, this article discusses the main features of the “classic” debate about imperialism.
1 Introdução
Na fase de construção e consolidação das práticas e, sobretudo, do discurso que marcou a Guerra
Fria (1947-53), a palavra “imperialismo” era empregada pelos dois blocos para acusar o
“expansionismo” do oponente. Com o tempo, este termo passou a ser utilizado predominantemente pela esquerda radical, em diversas formas e sentidos, mas, em quase todos os casos, como uma crítica da política externa dos EUA e da ação das corporações multinacionais, cujo modelo e impulso principal veio das empresas estadunidenses. Mas a popularidade do termo foi diminuindo, particularmente depois de 1989, a ponto de tornar-se quase uma relíquia. A situação mudou de forma abrupta. O ataque dos guerrilheiros talibãs ao World Trade Center criou as condições para a precipitação das forças conservadoras que, até então, atuavam em segundo plano no Governo George W. Bush, reforçando e, sobretudo, explicitando a tendência ao militarismo e ao unilateralismo já em curso na sociedade americana. Tal