Impactos da copa do mundo
O mundo ainda está sob o impacto da realização da Copa do Mundo de futebol na África do Sul e, enquanto os grandes meios de comunicação se preocupam em debater os resultados, especular sobre a escolha do novo técnico da seleção brasileira ou escolher a musa da competição, pouco ou nada é dito sobre os impactos desse megaevento esportivo sobre a população sul africana.
Pudemos ver pela televisão que vários estádios monumentais foram construídos para a Copa, mas não sabemos exatamente como e se eles serão aproveitados após o evento. Não sabemos também quantos postos de trabalho a Copa gerou, mas sabemos que o país sede do mundial esperava receber 40 mil prostitutas dentre o meio milhão de visitantes. Tampouco fomos informados (as) sobre o destino de milhares de excluídos (as) que por ventura estivessem no caminho das grandes obras de infraestrutura realizadas para preparar o país para receber a competição, mas podemos desconfiar que, quaisquer que tenham sido as melhorias, provavelmente não foram a eles (as) destinadas.
Todas essas questões e muitas outras precisam ser levantadas no momento em que os holofotes se voltam para o Brasil, marcado para o mês de julho de 2014. Questões como a utilização de dinheiro público para a construção de obras que não serão posteriormente aproveitadas pela população, priorização de intervenções urbanas que não mudam a vida de quem mais precisa delas – e ainda há muita gente precisando por aqui – e tantas outras como a exploração sexual de mulheres pela indústria da prostituição, o tráfico de pessoas, exploração de crianças etc.
Para refletir sobre elas, conversamos com integrantes de algumas organizações associadas à ABONG cuja atuação vai no sentido de denunciar e combater as práticas expostas acima. O Cedeca Ceará atua há mais de quinze anos na defesa dos direitos de crianças e adolescentes. Já a FASE tem larga