Impacto psicossocial do câncer pediátrico para pais
Marina Kohlsdorf; Áderson Luiz Costa Junior
Universidade de Brasília, Brasília-DF, Brasil
Endereço para correspondência
RESUMO
O diagnóstico de câncer infantil representa desafios para pacientes, familiares e profissionais de saúde. Os pais de uma criança ou adolescente em tratamento têm seu papel estendido, pois precisam administrar práticas parentais e exigências do tratamento. Este artigo objetiva realizar revisão integrativa da literatura relacionada a dificuldades vivenciadas pelos cuidadores pediátricos durante tratamento onco-hematológico. Foi realizada revisão da literatura publicada entre 1999 e 2009, a partir da busca em bases de dados Portal de Periódicos CAPES e Scientific Library Online (SciELO). Com base na literatura nacional e internacional recentemente publicada na área destacam-se temas importantes, como perturbações psicológicas vivenciadas pelos cuidadores, impacto profissional e financeiro associado ao tratamento, mudanças em práticas educativas, alterações na dinâmica familiar e influência de práticas culturais na vivência do tratamento. São apresentadas sugestões para pesquisas que possam subsidiar intervenções psicossociais eficientes para diminuir custos psicossociais vivenciados por cuidadores pediátricos ao longo do tratamento onco-hematológico.
Palavras-chave: Câncer em Crianças, Cuidadores, Crianças, Psico-Oncologia.
Mesmo com avanços na sobrevida, o câncer pediátrico ainda está associado à representação de morte, incurabilidade, perdas e sofrimento (Malta, Schall, & Modena, 2008; Rodrigues, Rosa, Moura, & Baptista, 2000; Shiota, Santos, & Miyazaki, 2004). A família precisa se adaptar à nova situação, que envolve longos períodos de hospitalização, terapêutica agressiva, perdas diversas, alterações de relacionamentos familiares e mudanças na rotina que podem dificultar o cumprimento de tarefas próprias do desenvolvimento