Impacto ambiental
O processo de urbanização brasileiro, na segunda metade do século XX, conduziu à formação de 12 regiões metropolitanas e 37 aglomerações urbanas não metropolitanas, que concentram 47% da população do país. Nas 12 áreas metropolitanas, residem 33,6% da população brasileira (52,7 milhões de habitantes), em extensos conglomerados que envolvem 200 municípios (IPEA/Unicamp-IE-Nesur/IBGE, 1999).
Esse acelerado processo de urbanização era parte das profundas transformações estruturais que passavam a sociedade e a economia brasileira. De fato, era a própria sociedade brasileira que se transformava cada vez mais em urbana, tornando irreversível a hegemonia das cidades, não só como o local das atividades econômicas e da residência da população, mas também como centro de difusão dos novos padrões de relações sociais, inclusive as relações de produção e estilos de vida. Era o Brasil moderno, urbano e industrial, que se sobrepunha ao Brasil arcaico, gerando uma síntese singular: desenvolvimento econômico e social com fortes desequilíbrios regionais e sérios desequilíbrios sociais.
Essas particularidades da economia e da sociedade brasileira serviram de pano de fundo para o intenso movimento migratório da população. As migrações internas redistribuíam a população do campo para as cidades, entre os estados e entre as diferentes regiões do Brasil, inclusive para as fronteiras agrícolas em expansão, onde as cidades eram o pivô das atividades econômicas.
O objetivo desta produção textual é refletir sobre os riscos e impactos ambientais na área de expansão urbana, com ênfase na questão socioambiental e a persistência de processos “insustentáveis” nas grandes regiões metropolitanas no Brasil, assim como sobre o agravamento dos impactos socioambientais nas cidades provocados pela ocupação irregular das áreas de interesse ambiental.
2. DESENVOLVIMENTO
A urbanização desenfreada por que passaram as cidades brasileiras nos últimos 50 anos, resultante, em boa