Impacto ambiental amazônia
Mas duas características fundamentais dos rios da Amazônia impõem cautela nesse raciocínio demasiadamente lógico, mas por abstração geográfica. Em primeiro lugar, eles têm baixa declividade natural. Em segundo lugar, apresentam uma enorme diferença de volume de água entre o período de cheia e o de vazante.
Esses dois elementos constitutivos básicos dos rios amazônicos foram devidamente considerados enquanto se pensou em energia para o consumo interno da região. Pensava-se em barragens de baixa queda, construídas às proximidades das áreas de maior demanda por energia. Quando a corrente de pensamento nativa se fixou num ponto do baixo rio Tocantins (então conhecido em função das cachoeiras de Itaboca), como o local mais viável para suprir as necessidades da maior concentração humana e econômica da região, que era Belém, o máximo de aproveitamento imaginado era de 300 megawatts (ou 300 mil quilowatts).
Quando a hidrelétrica foi iniciada, em 1975, 300 MW era uma potência inferior à capacidade de uma só das turbinas que deviam ser instaladas na casa de máquinas da usina, cada uma delas de 350 MW (375 na segunda fase). Na primeira etapa, seriam 12 máquinas. A ampliação aduziria outras 11. Concluída, com 23 turbinas, a hidrelétrica terá potência quase 30 vezes acima do que os paraenses sonhavam gerar até a década de