imitação
ENSINO E APRENDIZAGEM
FERNANDES1,
Este artigo tem origem em estudos sobre a imitação no processo de ensino e prendizagem e visa explicitar o conceito de imitação sob a ótica de Vigotski, que apresenta fundamentos necessários para uma nova e atual interpretação sobre a imitação no processo de aprendizagem, bem como oferece subsídios para análise da imitação e suas implicações na constituição das funções psicológicas superiores e da sua configuração no processo de ensino e aprendizagem.
No cotidiano escolar a imitação é pouco discutida e até mesmo naturalizada, o que não permite uma visão mais ampla da imitação no processo de ensino e aprendizagem. A naturalização e a ausência da compreensão da imitação podem ser comprovadas se tomarmos como referência o ensino de arte, onde a imitação é vista de maneira negativa, pois restringe a criatividade e neutraliza a livre expressão dos alunos, como na frase “quem copia não cria” e, na discussão sobre a relação entre cópia e releitura de obras de arte (PIMENTEL, 2000). Ao mesmo tempo é comum ouvir, no cotidiano escolar, as frases: “o professor deve ser um exemplo!”, “olhe, como o seu colega faz!”. Ou seja, a imitação é o fazer igual a alguém de maneira mecânica, não representando as possibilidades cognitivas do sujeito.
Neste texto procuramos desvelar o conceito de imitação, evidenciando um novo olhar para esta atividade presente no processo de aprendizagem, sustentando a hipótese de que através da imitação, as crianças fazem uma recriação e não a mera cópia do mundo em que vivem, pois, ao apropriarem-se dos conhecimentos historicamente acumulados, transformam-se e transformam esses conhecimentos. A imitação é inerente ao processo de aprendizagem, sofrendo determinações históricas e culturais, não de forma mítica ou mecânica, mas como um determinante para a aquisição do conhecimento e, por conseqüência, para o desenvolvimento do aluno.
A imitação é uma atividade