Imigrantes bolivianos-breve história
Durante a década de 1950, as características da migração de bolivianos era bem diferente, pois o perfil de cada imigrante era diferente, pois os primeiros imigrantes eram estudantes que vieram terminar os seus estudos e acabavam permanecendo no Brasil, sendo que muitos passaram atuar como profissionais liberais.
Já os imigrantes que vieram ao Brasil nas décadas de 1960 e 1970 eram, além de estudantes, fugitivos políticos em virtude das intervenções militares que se sucederam na Bolívia. Ou seja, percebe-se que o perfil dos imigrantes das décadas de 50, 60 e 70 era bem diferente dos imigrantes das décadas de 80 pra frente, já que os imigrantes bolivianos das décadas de 50, 60 e 70 eram, em sua maioria, da classe média, em grande parte com grau em formação no ensino superior, vindo para atuar em profissões “mais qualificadas”, como médico, advogado, dentista, etc; enquanto que os imigrantes bolivianos das décadas de 80 até hoje eram e são, em sua grande maioria, de camadas menos favorecidas, muitas vezes até sem quaisquer condições de sobrevivência na Bolívia, e que vieram para exercer profissões “menos qualificadas”, como o trabalho nas oficias de confecções, que será explorado a seguir.
A Bolívia passou por intensas mudanças econômicas na década de 80, já que o país, segundo Silva (1997), passou por uma terrível crise, principal atividade econômica no país, de forma com que muitas pessoas perderam seus empregos nas minas, e, logo após, o país passou por uma intensa reforma agrária sem sucesso, o que gerou um êxodo rural em massa, de forma com que as cidades ficassem “inchadas de gente”. Para piorar a situação, a industrialização não acompanhou o crescimento da população urbana, o que gerou uma total instabilidade no mercado de trabalho somada à instabilidade da economia da Bolívia, resultando na migração de boa parte dos bolivianos.
No final dos anos 80 e, principalmente, no final dos anos 90, a produção de vestuários e