IMIGRA O EUROPA
Nas últimas semanas, têm se multiplicado as notícias de resgate de imigrantes africanos no Mediterrâneo pela Marinha italiana. Segundo dados oficiais, a quantidade de resgatados nos cinco primeiros meses de 2014 já é igual ao total de socorridos pelos italianos em todo o ano de 2013. Ainda que, na verdade, o que aumentou em 2014 seja o policiamento da fronteira e não a imigração em si, o fato de os números estarem muito maiores faz com que o assunto se torne presença constante na mídia europeia.
Em um contexto de crise econômica, em que vozes de partidos de extrema direita têm estado mais fortes do que em anos anteriores, o debate sobre as políticas imigratórias é uma questão indispensável da agenda europeia. A imigração ilegal é um problema sério em todo o continente europeu e medidas as mais diversas são defendidas como as ideais a serem tomadas.
A maior parte dos imigrantes africanos entra no continente europeu por Itália, Grécia e Espanha, no litoral mediterrâneo, mas este não é o seu destino final. Eles tentam chegar a estes países por conta da livre circulação de pessoas da União Europeia: de lá, podem partir para outros lugares. Os lugares mais almejados são, na verdade, Alemanha, França, Reino Unido e países nórdicos, como a Dinamarca.
Porém, na visão de alguns, quem arcaria com a responsabilidade e os custos de resgatar imigrantes no Mediterrâneo e prestar o serviço jurídico adequado são os países da fronteira do continente europeu. Nações que estão em crise econômica e não conseguem lidar bem com todos os gastos. Como define o doutor em ciência política e especialista em política externa da USP (Universidade de São Paulo), Demetrius Cesário Pereira, “não é má vontade do governo italiano, é incapacidade”.
O acadêmico aponta que há aqueles que clamam por uma política conjunta de imigração na Europa, pois não podem lidar com essa situação sozinhos, ao mesmo tempo em que outros grupos pedem o