Imagens nos novos meios - flusser
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As imagens tem se tornado cada vez mais transportáveis e os receptores cada vez mais imóveis. Isto significa que o espaço público, ou a política, se tornou supérfluo. Essa tendência é característica da revolução cultural vivida hoje em dia, em que as informações podem ser copiadas e transmitidas para receptores imóveis. Para ilustrar, o autor deu três situações como exemplo: a imagem de um touro em uma caverna, um quadro exposto diante de um ateliê do pintor e a imagem que se encontra na tela de televisão. No caso da imagem do touro, ela é um modelo para o reconhecimento intersubjetivo futuro. Não se pode caçar um touro cegamente sem afastar-se, considerar de fora e orientar-se a partir do que se vê na rocha. Isto a torna em uma "imagem" no sentido próprio da palavra e o transporte dela não vem ao caso. O pintor codifica sua vivência e seus valores nem superfícies coloridas. Ele junta esses códigos em seu espaço privado em um quadro. Depois disso, ele é transportado do espaço público para o privado para se inserir na história. No espaço público o quadro é criticado, o que assegura o valor (tanto histórico quando intrínseco) da imagem. É importante salientar que o gravurista não é propriamente um emissor, e sim um funcionário da emissão. Enquanto o caçador paleolítico pode orientar-se conforme as imagens, e as imagens o tornam um caçador. Toda informação imagética que recebemos deve ser criticada para que possa ser integrada nas nossas informações históricas. Quanto mais difícil de se integrar uma publicação nas nossas informações acumuladas, mais original e interessante ela é. Quanto menos "original" a mensagem, mais confortavelmente elas será incorporada. O funcionário pós-industrial e seus filhos deixam-se alcançar pelas imagens das telas eletrônicas. Em decorrência, o "tempo livre" se torna mais amplo e a função das imagens cada vez mais efetiva. Estas imagens são programadas a fim de reduzir ao mínimo toda crítica por parte do receptor, tornando-o