Ilegal x Imoral
ILEGAL X IMORAL
Nem tudo que é imoral é ilegal. Mas tudo que é ilegal é imoral. Se os políticos brasileiros soubessem a diferença entre legalidade e moralidade, e sabem, mas apenas se fingem de "mortos", os problemas com as passagens aéreas utilizadas por deputados e senadores para "lazer", não teriam acontecido. Não pode haver confusão entre o público e o privado. O dinheiro público deve servir aos anseios públicos.
É legítimo que um senador ou deputado se utilize de passagens aéreas em deslocamento de sua cidade de origem para a capital onde exercem seus mandatos. Por outro lado, embora não fosse ilegal, era imoral a utilização destas verbas para viagens de férias, "lua-de-mel", lazer, comemorações particulares com familiares, namoradas e afins. A manobra da Mesa Diretora da Câmara dos Deputados de passar, sem estresse e sem desgastes, as novas regras por sanção direta, sem levar o assunto a plenário para votação, demonstra que as insatisfações não devem parar por aí.
Se houve ameaça de deputado avisando que votaria por emendas, passar diretamente o ato em nada moralizará as atitudes dos políticos e, principalmente, da Câmara, tão desgastada depois de tantos escândalos e atitudes impensadas, incoerentes e de meros aproveitadores. O homem público precisa ter claras as diferenças entre legalidade e moralidade, pois qualquer ato, ainda não seja permitido, mas que signifique farra com o direito alheio (leia-se público), é imoral. Se não há necessidade da utilização de passagens, se existem créditos, ao invés de correr em busca da liberação dos mesmos ou emissão de bilhetes para não perdê-los, os políticos deveriam pensar em devolver a verba e utilizar este exemplo como mote de campanha. Com certeza, a atitude agradaria, e muito, os eleitores e seria um belo exemplo a ser dado.
O que falta na política são exemplos plausíveis e coerentes. São atitudes dos poucos homens