Igarape de manaus
Nayra Moraes
MANAUS – Os igarapés são presença marcante na geografia da capital amazonense. Os caminhos de água serpenteiam a cidade de Norte a Sul e são responsáveis por parte da manutenção da biodiversidade amazônica. Por muito tempo, os igarapés exibiram a beleza na capital verde. Entretanto, com a grande explosão demográfica manauara, passaram a ser alvos de dejetos.
A “morte” dos igarapés de Manaus se deu no fim dos anos 60. Segundo o historiador Abrahim Baze, até esse período a beira dos braços de água centrais, era ocupada apenas por lavadeiras. “Elas viviam das águas para executar o trabalho. Portanto, não apresentavam risco à conservação dos pequenos riachos”, afirma.
Após a criação do Polo Industrial de Manaus (PIM), com a forte migração de interioranos do Amazonas e de outros estados, o número de palafitas aumentou consideravelmente. “Aqueles que chegavam à capital eram obrigados a assentar sobre os igarapés dos bairros mais distantes da época (Praça 14, Cachoeirinha, Educandos e outros). Não houve a assistência política necessária. Então, os dejetos produzidos eram jogados diretamente nos córregos manauaras”, disse o historiador.
O ex-soldado da borracha, Manoel Tenório, de 85 anos, presenciou a mudança do cenário. Natural do interior do Pará, ele é um dos migrantes que compõem a população da cidade. Após trabalhar 16 anos com a extração de látex, se fixou na margem do “igarapé da cachoeira”, no bairro São Jorge, zona Oeste da capital amazonense.
Para Manoel, os problemas começaram a aparecer com o forte povoamento daquela área. “Com mais gente, o lixo começou a aparecer. Isso intensificou com o surgimento dos condomínios que têm aqui perto, na Constantino Nery. A sujeira produzida por eles é jogada direto no igarapé”, contou.
Políticas públicas
O secretário de Meio Ambiente e Sustentabilidade da Prefeitura de Manaus (Semmas), Marcelo