Ifp na psicologia clínica
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A relação terapêutica em sua complexidade possui três elementos essenciais. Esses são a transferência, a contratransferência e a relação real. A primeira pode ser definida por um fenômeno no qual acontece a reprodução de um sentimento ou acontecimento que o paciente teve no passado. É transferir para pessoas e situações do presente aspectos da vida psíquica ligados a pessoas e situações do passado. Tal retorno acontece sem que o paciente se dê conta e pode ser exatamente igual ao anterior, como pode vir com alterações. À medida que o paciente revive os acontecimentos passados, torna visível ao terapeuta aquilo a que resiste, permitindo a compreensão do indivíduo. Existe também a contratransferência, que pode ser definida como as respostas psicológicas do terapeuta em relação ao paciente, ou seja, todos os sentimentos que o terapeuta experimenta na relação terapêutica. Para Heiman (1950), ela pode ser vista como um instrumento para ampliar o trabalho e não como uma barreira à compreensão. Esse tipo de contratransferência se difere da perturbadora ou patológica. Esta última, se origina em conflitos neuróticos não superados pelo terapeuta e impede que o processo clínico ocorra, em razão do profissional se encontrar perdido em sua própria neurose. O terceiro elemento essencial para a psicologia clínica abordado por Aristides Volpato Cordioli no capítulo quatro de seu livro: “Psicoterapias: Abordagens atuais” é a relação real. Ao abordar esse tema, afirma que “o terapeuta não pode se furtar à contingência de ser percebido como a pessoa que realmente é”, não sendo possível um olhar restrito à postura profissional do indivíduo pelo paciente. É importante se atentar para a existência de aspectos reais do terapeuta e do paciente para evitar o reducionismo, que considera todas as manifestações emocionais e de conduta como sendo transferenciais e contratransferenciais. Além dos três elementos essenciais anteriormente citados, existem instrumentos padronizados para