Iemem
Em um dos países menos evangelizados no mundo, os cidadãos não podem mudar de religião. Os que se convertem ao cristianismo enfrentam oposição e possível pena de morte
A Igreja
O cristianismo se estabeleceu na região enquanto o Iêmen estava sob o domínio do Império Romano, por volta do século IV. O principal centro do cristianismo na Arábia foi o Iêmen. Há uma tradição que diz que, durante o reinado de Yazdegerd I (399-420) na Pérsia, um mercador chamado Hayyan, do Iêmen do reino Himyarites, foi para Constantinopla. Em seu retorno, ele parou no reino árabe afluente do Hirta, na fronteira leste do Eufrates persa. Lá, ele frequentou a companhia dos cristãos nestorianos* e foi convertido à fé cristã. Em seu retorno ao Iêmen, anunciou o Evangelho no Iêmen, assim como nas localidades vizinhas. Na cidade de Aden, um porto ao sul do país, existem três igrejas católicas romanas e uma anglicana. Há pouquíssimos iemenitas convertidos, que ainda não estão organizados em uma igreja regular. Muitos deles chegaram ao conhecimento de Jesus Cristo por meio de transmissões radiofônicas e mantêm suas identidades religiosas em sigilo, pois temem o que pode lhes acontecer, se forem descobertos. Missionários e ONGs cristãs afiliadas a grupos de ajuda operam no país, mas a maioria restringe suas atividades às áreas médica, social e educacional.
*Adeptos do Nestorianismo. O Nestorianismo é uma doutrina de estudos cristológicos que analisa, sobretudo, a natureza divina de Cristo, fazendo separação entre o Cristo homem e o Cristo Deus, sem, contudo, negar ambas. O criador dessa doutrina foi o monge Nestório de Alexandria (380-451 d.C.), que se tornara Patriarca de Constantinopla em 428 d.C. Nestório foi considerado herege pelo Concílio de Éfeso (431 d.C) por afirmar que Maria não era a mãe de Deus, mas apenas de Jesus.
A Perseguição
As primeiras perseguições aos cristãos do Iêmen teriam partido dos judeus que já estavam no país, quando o