Ie: a escola critica de campinas
Instituto de Economia Turma B
CE 172 – Introdução à Economia
André Yoshihito Hamassaki
22/3/2012
IE: A ESCOLA CRíTICA DE CAMPINAS
O curso de Economia da Universidade Estadual de Campinas passou por diversas mudanças desde a sua criação no findar da década de 60 . Zeferino Vaz (fundador da Escola de Medicina da Universidade de São Paulo de Ribeirão Preto), na época, reitor da Unicamp, foi o principal mentor do projeto. Wilson Cano, professor titular do IE (Instituto de Economia da Unicamp), discorre sobre o assunto no texto “Instituto de Economia da Unicamp: Notas sobre sua Origem e Linhas Gerais de sua Evolução”. Não é por acaso que o Instituto é chamado de a “Escola Crítica de Campinas”. Fundado na época da Ditadura Militar do Brasil o início do curso não foi como deveria ser: total liberdade de pensamento e de postura em relação aos diversos assuntos do país e do mundo. Muito pelo contrário, os professores não podiam se expressar abertamente em função da real possibilidade de repressão dos militares. Isso na teoria, pois os mestres não deixaram de defender o que acreditavam e, mesmo com receio, lutaram contra a ditadura que assolava o Brasil. Havia uma necessidade de um curso de Economia com uma visão heterodoxa no país. As escolas de Economia brasileiras eram extremamente ortodoxas e pragmáticas. Não havia uma análise crítica da realidade da nação, extremamente necessária na época. A interdisciplinaridade e uma visão mais abrangente sobre a política eram inexistentes. O papel de um economista é o de analisar as relações do indivíduo com a sociedade. O estudo da ciência Economia acontece para que haja uma “bagagem intelectual” que possibilite a discussão social. A alienação de um economista se dá quando ele simplesmente usufrui de definições e conceitos predefinidos sem interpretá-los.
É justamente nesse ponto que o curso ministrado na Unicamp se sobressai. O economista formado no IE é antes de tudo um crítico.