Idoso e a familia
Seja na família ou na comunidade, seja através da transmissão de valores culturais e tradições, a sociedade deverá preparar-se para encarar a velhice numa perspectiva de longevidade, qualidade e dignidade. (NASCIMENTO, Maria Cristina et al., 2000).
Sabemos que nos dias de hoje, estamos testemunhando um novo fenômeno na história da humanidade: o extraordinário aumento populacional de idosos. Até a década de 70, o Brasil foi considerado um país de jovens. Nessa ocasião, as próprias características demográficas da população brasileira foram utilizadas pela ideologia do regime político vigente, para reforçar a idéia discriminatória em relação ao velho. Assim, a imagem da velhice, presente no imaginário das pessoas em geral, foi se impregnando de valores estigmatizadores, nos quais foram evidenciados os aspectos negativos do envelhecimento, tendo como parâmetro a imagem do jovem. Desta forma, a doença, a inatividade, o abandono, as rugas, a flacidez do corpo, a solidão, são algumas das características que definem o "ser velho".
Atualmente, o conceito de velhice vem passando por transformações e, embora de maneira lenta, vem estabelecendo uma nova relação da nossa cultura com o envelhecimento. O aumento do número de velhos, no âmbito da população em geral, vem trazendo uma visibilidade social e gerando uma nova demanda de preocupações e interesses sociais. O presente estudo tem como ponto de partida a situação pobreza, violência e miséria vivenciada pelos idosos e suas famílias na atualidade. Apoiado na linha de pensamento desenvolvida por Pereira (2004), a pesquisa parte do seguinte pressuposto: apesar de a Política Nacional de Assistência Social avançar na concepção de família, conferindo centralidade a esta instituição no desenvolvimento das ações voltadas a pessoa idosa, ainda prevalece um conservadorismo, quando se atribui a família responsabilidades acima de suas capacidades. No discurso governamental, não se relaciona os problemas