Ideologia e contraideologia
A questão não é interrogar se a pesquisa acadêmica tem ou não influenciado o pensamento e a prática nas escolas, ou, se a pesquisa dos professores tem influenciado o pensamento e a prática na academia. É fácil encontrar exemplos específicos para os dois casos (Cliffor, 1973): em escolas americanas podem ser observados os resultados da pesquisa de Jeanine Oakes e outros (1985) sobre as diferenças de habilidades indicadas nos trabalhos de grupos (Wheelock, 1992) ou da pesquisa de Bob Slavin e outros sobre a aprendizagem cooperativa da escrita (Slavin, 1983). Deixando de lado a qualidade da implementação dessas inovações, há claras evidências de que somente em poucos casos a pesquisa acadêmica tem estimulado reformas em escolas. Há também evidências de que as grandes mudanças no ensino da escrita, implementadas por Nancy Atwell e vários outros professores, através de pesquisa conduzida em suas classes de escolas primárias e secundárias (Atwell, 1987), têm influenciado o modo como a escrita é ensinada no meio universitário e o modo como os alunos de programas de formação de professores são instruídos a ensinar a modalidade escrita.
Minha questão é que ambos, professores e acadêmicos, percebem suas perguntas de investigação de um e de outro como irrelevantes, apesar de alguns exemplos isolados em que pesquisas de acadêmicos e de professores