“ Ideologia/ valores/ imagem de homem “
A Psicologia, desde seu nascimento em fins do século XIX, tem-se apresentado como uma força determinante na construção da imagem de homem, já que ao invés de pautar-se pela descrição, prescreve hábitos, atitudes, formas de pensamento e modos de comportamento das pessoas de um modo geral.
Ao questionarmos os aspectos ideológicos (os mais e os menos óbvios), estamos, sim, criticando o envolvimento político da Psicologia e procurando mostrar que as "questões políticas" lhes são inerentes, já que vários exemplos dão indícios de sua conivência com uma determinada realidade social, preservando-a e prevenindo contra qualquer mudança social.
Dizemos isso, porque, quando a Psicologia se utiliza da linguagem "normal-anormal", "patológico-não patológico" ou "certo-errado", um certo tipo de Psicologia influente está sustentando que a normalidade numa sociedade, bem como a adaptalidade a ela, são coisas boas para o indivíduo, esquecendo-se da particularidade de cada ser humano.
Quando a Psicologia defende a ideologia de uma sociedade exigindo que grande parte de seus membros sejam simples autômatos em suas atitudes, quer na vida pessoal, na vida social, no trabalho, na orientação, na experiência etc., deixa claro que está fazendo uso de um modelo coisificante de homem, que é, ao mesmo tempo, reflexo e reforço desta mesma sociedade.
Quando alguns representantes da Psicologia pautam-se pela necessidade de um consentimento social, ou quando descreve alguns tipos de personalidade como desviante, criminosa, rebelde etc., deixa claro que está longe de perceber que existem muitos aspectos ou razões para os desvios, como por exemplo a desigual distribuição de riquezas, poder e oportunidades; o distanciamento entre as classe sociais e as desigualdades na qualidade de vida, dentre tantas outras mais.
Para alguns autores da própria Psicologia, se