Ideologia Marx
O trecho acima, narrado pelo filósofo Húngaro István Mészáros em seu livro o Poder da Ideologia denota a atualidade do pensamento Marxista, desde que se considere, como o próprio Marx disse, que a produção das ideias seja analisada conjuntamente das condições sociais e históricas nas quais elas surgem. Assim sendo, na atual conjuntura, nós somos sujeitos livres para efetuar nossas escolhas? Essas escolhas são nossas? Semana passada eu troquei o meu Ipad 1 por um Ipad 2. Será que essa necessidade foi criada dentro de mim? Será que eu incorporei como vontade minha a vontade do mercado?
Para analisarmos os questionamentos acima comecemos a argumentação evidenciando todo o caráter contraditório e exploratório do capitalismo a partir de sua forma mais simples e abstrata: a mercadoria. Esta, na teoria Marxista, se expressa em dois valores: o valor de uso (a utilidade auferida por cada indivíduo, que, em última instância, é determinada pelas condições de mercado) e o valor de troca (determinado pelo tempo de trabalho, passado e futuro, necessário para produzi-la). Entre o trabalho humano, contratado para a produção, e o preço final da mercadoria, há uma diferença a ser apropriada pelo dono dos meios de produção, chamada de mais-valia (o lucro capitalista). A mercadoria, então, por ter contido em seu valor um tempo de trabalho não remunerado, oculta as relações de exploração entre o trabalhador e o dono dos meios de produção.
Conforme a exploração e a divisão do trabalho avançam, o produtor deixa de se reconhecer no produto de seu trabalho, o trabalho