Identidades Surdas

Identidades Surdas

Podemos perceber de uma maneira mais clara a identidade surda quando temos contato mais próximo com surdos que cresceram utilizando a Língua de Sinais como forma de comunicação e que participam de uma comunidade surda.

Tais surdos captam as informações de forma totalmente visual, aceitando a si próprios como surdos e passam para outros surdos sua cultura. Além disso, a sua escrita obedece a estrutura da Língua de Sinais.

Todavia, há surdos que pertencem a uma identidade surda genealógica, ou seja, família que possui gerações surdas;tem os surdos filho de pais surdos; e tem ainda os surdos filhos de ouvintes que começam a participar da comunidade surda na vida adulta.

Convivo com surdos que possuem uma identidade e cultura surdas extremamente enraizadas, bem como com surdos que cresceram na oralização e que vieram a aprender Língua de Sinais depois de uma certa idade, mas que não participa da comunidade surda, tem apenas alguns amigos surdos e eventualmente participa em alguns eventos. Fazendo uma comparação, hoje os dois lados são extremamente bem sucessivos, tanto na vida pessoal, quanto profissional, mas percebo que a ausência da aquisição da Libras na infância, no caso do surdo inicialmente oralizado, demandou um esforço quase sobrenatural não só para a aquisição de informação, bem como para expressar seus sentimentos e emoções, tanto é que esta pessoa manifestou sua infância como extremamente sofrida, vindo a ter uma espécie de “libertação” ao iniciar o aprendizado da Libras. Porém, esta pessoa surda oralizada não abraçou uma identidade ou cultura surda, muito embora exija intérprete de Libras em ambiente de ensino, reuniões e palestras e faça uso das mesmas tecnologias que a comunidade surda usa.

Assim sendo, podemos concluir que há diversos “graus” de identidade surda, pois há aquele que tem toda a família surda; o que tem família toda ouvinte e demais passa a conviver com demais surdos; há o surdo que cresceu na