Identidade Social
Pagês em 1993 adota uma posição nem idealista nem positivista da possibilidade de se conhecer um indivíduo e a realidade, ele afirma que o discurso informa ao mesmo tempo dois aspectos: (1) uma realidade objetiva artificial superior ao indivíduo, e (2) sobre seu universo mental.
O discurso de cada individuo seria ao mesmo tempo coletivo e individual.Coletivo à medida que revela, de maneira exemplar, estruturas e relações entre fenômenos, presentes de diferentes formas nos outros indivíduos. O caráter coletivo do discurso se remeteria ao conceito de estruturas: construir relações entre fenômenos que operam transversalmente sobre toda a extensão do campo sociomental e a um corpo teórico de hipótese sobre a natureza dessas relações.
Os sistemas estruturais e simbólicos articulam as relações sociais no nível da sociedade. A sociedade seria o espaço onde essas relações são exercidas, com suas características socioculturais comuns (tradição, língua) e especificidades sociopolíticas (estruturas de classe, organização política). Para tanto são utilizados símbolos coletivos, conceitos e valores, que conferem certa coesão à identidade social. Nesse contexto se desenrolam os conflitos , as tensões , as mudanças, as histórias.
Para Berger e Luckman a identidade é elemento-chave da realidade subjetiva e se encontra em relação dialética com a sociedade. De um lado a identidade seria formada, conservada e/ou remodelada por processos sociais, determinado mantê-la ou modifica-la. As estruturas sociais históricas geram tipos de identidade, elementos relativamente estáveis de realidade social objetiva, mas isso não significa a formulação de uma identidade coletiva.
Portanto os níveis individual, interpessoal, organizacional e societário estão em constante interação. As relações de um nível para outro são complexas e interdependentes. O individuo se desenvolve e constrói a sua identidade em sua relação com o outro e, também, por sua inserção em contexto