Identidade Profissional

31 conhecimentos que lhe confere autoridade no exercício da sua prática profissional. Nestaperspectiva, não havia consentaneidade face ao Serviço Social, uma vez que não lhe erareconhecido um saber teórico específico e a produção de conhecimento. A identidadeprofissional do Serviço Social aparece como difusa, uma vez que, sendo claro que o ServiçoSocial não possuía um corpo de conhecimentos específicos, apresentava, todavia, muitas dascaracterísticas e dos atributos que o classificavam como uma profissão específica.No período pós segunda grande guerra mundial, com a proliferação, nos Estados Unidose na Europa, de escolas de Serviço Social bem como o desenvolvimento crescente das ciênciassociais e humanas, o Serviço Social identifica-se, cada vez mais, como uma disciplina científicaonde os processos de investigação sistematizados e rigorosos assumem uma importânciacrescente. Neste sentido, o processo de conhecimento no Serviço Social alia-se à importânciada investigação, possibilitando-lhe
“ultrapassar as práticas espontâneas e as reflexões que seconfinam em acções pontuais”
(Martins, 1999: 57).Neste ponto, Netto (1995: 14), afirma que a especificidade teórica do serviço Social nãoé um elemento importante da sua caracterização profissional. Para o autor, o Serviço Social éuma profissão e não um campo de saber teórico. O conhecimento teórico que se podeproduzir no Serviço Social diz respeito não às suas práticas mas
“aos objectos das suas pr áticas” (Ibidem: 15). A legitimidade da profissão do Serviço social basear-se-á, então, narelação que o Serviço Social pode estabelecer entre a sua prática e os objectos da sua prática,combinando três níveis de competências: a competência teórica (implica o conhecimentoaprofundado da dinâmica dos processos sociais), a competência técnica (apropriação dosprocedimentos interventivos e operativos acumulados na tradição das ciências sociais ehumanas) e a competência política (capacidade de avaliar conjunturas, de