Identidade Nacional Brasileira - Euclides da Cunha e Demiurgos

1237 palavras 5 páginas
No que concerne, o debate em torno da formação da identidade nacional havia, num primeiro momento, uma identidade nacional vista por uma ótica exógena, no qual a referência eram os moldes europeus. Até o século 19, acreditava-se que o homem branco era superior e que deveria levar civilização e desenvolvimento às “raças inferiores” e a evolução aos povos atrasados, conhecido como “O Fardo do Homem Branco”. No Final do século 19 e início do século 20, este debate já não era sobre a ótica da identidade nacional exógena, ou seja, via moldes europeus. A partir de então, começa a construção de uma identidade nacional “peculiar”, apesar de não haver uma dissociação do pensamento europeu, promovido por diversos pensadores brasileiros.
Euclides da Cunha, em seu livro “Os sertões”, buscava entender quem era brasileiro, porque parte da lógica europeia, não existiria o povo brasileiro. Em seus relatos, o povo do Brasil profundo, dos sertões, por ter convivido com a aridez climática e com a escassez, o que os tornavam resistentes, mas os levavam ao subdesenvolvimento intelectual. Reconhecia uma miscigenação brasileira. Dizia que existia um povo brasileiro, uma identidade brasileira que não era nem o europeu, nem o índio, nem o negro e ele buscava a compreensão de quem era este povo, por meio da adaptação do modelo de reconhecimento da identidade nacional europeu para o brasileiro. Mesmo feito esta adaptação, Euclides da Cunha utilizava uma lente ainda europeia, que era a lente do racismo, que vinha do “fardo do homem branco”, que vinha do modernismo.
Em 1933, Gilberto Freyre publica “Casa Grande e Senzala”, no qual ele retoma a ideia de que o Brasil é formado por três raças (Branco, índio e Negro), analisando as contribuições, de cada um, para a identidade nacional brasileira. Retoma também a miscigenação como formadora do povo brasileiro. Freyre entendia que por causa desse sincretismo de geração de uma nova identidade nacional, surgiu uma democracia racial, no qual tem

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