ideias de Paulo Freire no Ménon
Se prestarmos atenção em alguns detalhes do diálogo Mênon de Platão é possível percebermos algumas semelhanças entre aquilo que propõe e faz Sócrates e algumas ideias do pensador Paulo Freire. Vejamos alguns pontos do diálogo. Por diversas vezes ao longo do começo do diálogo, Sócrates menciona Górgias. Apesar de estas menções serem breves podemos reconhecer aqui a ironia socrática, pois tendo Mênon, tido contato e se relacionado com Górgias, acabou por tomar gosto por alguns características da Retórica, método ensinado por Górgias e o qual Sócrates era crítico ferrenho. Há portanto uma crítica a este modelo de diálogo, de ensino em ultima instância, já que Górgias era também um professor ( de retórica). Este método, que educava muitos jovens atenienses, estabelece uma disputa entre os competidores, cujo único objetivo é evidenciar quem fala de maneira mais bela, sem nenhuma preocupação pedagógica. Há na retórica, uma espécie de “guerra” dos discursos, onde aquele que vence é quem sabe falar mais bonito, construindo um belo discurso. Sócrates repudia um modelo de educação que se baseie nestas características.
Além da crítica a este aspecto “guerrilheiro”, os professores de retórica, muitos sofistas, também são criticados por cobrar muito caro aos seus alunos. Suas aulas custavam caro e não era qualquer jovem que podia ser iniciado nas artes retóricas, apenas aqueles de nobres e ricas famílias. Um jovem grego pobre, de origem humilde não poderia nunca por seus próprios esforços receber tal “educação” retórica.
Assim como Mênon muitos jovens gregos procuravam os sofistas, para dominarem a arte retórica e serem tidos como bons cidadãos atenienses, vivendo dignamente suas vidas políticas na pólis. Porém Sócrates não concordava em muitos pontos com os sofistas. E