Ideia
Historiografia
Arquitetura de terra
O uso da terra crua como matéria prima para construções remonta a mais de 10 000 anos, sendo a África, Egito, Oriente Médio, as regiões onde foram encontrados os registros mais remotos do domínio das técnicas de Arquitetura de terra.
Influenciados diretamente pelos conhecimentos acumulados nesses continentes, os colonizadores europeus fizeram uso dessas técnicas não apenas na construção de muitas de suas cidades, como também nos territórios de suas conquistas a partir do século XV.
O século XIX introduziu processos industriais, que contribuíram para o desenvolvimento de diversos segmentos relacionados à transformação de matérias primas em manufaturados, que resultaram no surgimento de materiais hoje largamente utilizados. O uso de tecnologia na construção civil fez com que os processos artesanais em pauta até então, aos poucos, fossem desaparecendo, sendo substituídos por materiais e procedimentos que em pouco tempo se transformaram em "unanimidade". Como esse processo de modernização iniciou-se nos chamados países desenvolvidos, nem sempre tais produtos, frutos dessa "revolução", se adaptavam às realidades do terceiro mundo.
A utilização da terra crua como elemento construtivo chegou ao Brasil de várias formas, com o processo de colonização foram introduzidas as técnicas do adobe e também a taipa de pilão, porem, acreditamos que o fenômeno dos arquétipos evidenciou que os nativos locais, os índios brasileiros, e os nativos africanos que aqui chegaram como escravos, já dominavam as técnicas do pau-a-pique ou taipa.
Apesar do preconceito existente, as técnicas em terra crua ainda são bastante utilizadas, segundo as Nações Unidas, 60% da população mundial vivem em construções feitas em terra. Paradoxalmente, o valor e a extensão do patrimônio arquitetônico da arquitetura de terra têm sido sistematicamente desconhecidos, ignorados e ocultados por quase todas as disciplinas ligas às Artes e a Arquitetura que