IDEAL DE ESCRITA E LIVRO DIDÁTICO
CORACINI, Maria José. Interpretação, autoria e legitimação do livro didático, parte III, Cap.II e III.
IDEAL DE ESCRITA E LIVRO DIDÁTICO
Deusa Maria de Souza O artigo buscará discutir alguns aspectos relacionados à concepção de escrita em língua materna, levando em consideração o papel do livro didático no processo de ensino-aprendizagem da escrita em contexto escolar dos cursos fundamental e médio. Considera-se que um determinado aluno “sabe escrever” se ele for capaz de alcançar o domínio das estruturas da língua e apresentar conteúdo coerente, ele deve mostrar responsabilidade, clareza, coerência e unidade, e é na aula escrita que ele deve aprender a “escrever bem”, cabendo ao professor conduzir a produção escrita do aluno, que deve valer-se de recursos pedagógicos que possam, ao mesmo tempo, facilitar a aprendizagem e garantir a eficiência do resultado. E para preparar aulas que envolvem atividade escrita, o professor geralmente recorre ao livro didático por ser passível de segmentação e controle.
Para a autora, os manuais do professor e os livros didáticos, promovem através de atividades de escrita um discurso que trabalha em favor de um modelo interpretativo determinado, que aparecem como se fossem “naturais” e únicos, constituindo no professor um imaginário do tipo “é assim que se escreve” e ponto final. Já o aluno, entra no jogo da homogeneização, buscando corresponder ao que o livro e o professor consideram ideal.
Acredita-se que a obediência a padrões de escrita pelo aluno resultara na produção de um texto com sentido garantido.
A criatividade também esta ligada à capacidade do aluno perceber padrões textuais, e o padrão predominante é a “solução de problemas”. O texto deve apresentar um problema que, será resolvido no final do texto. Assim sendo, é preciso permitir que o aluno produza sentidos, sem o fantasma da criatividade, como é tradicionalmente concebida na