idade moderna
LANGDON, Esther Jean. Representações de Doença e Itinerário Terapêutico dos Siona da Amazônia Colombiana. In.: Saúde e povos Indígenas. Rio de Janeiro: Fio Cruz. pp. 115-141
A antropóloga, Esther Jean Langdon, aborda a relação saúde-cultura entre os índios Siona da amazônia colombiana, seguindo os conceitos simbólicos de autores como Geerts e Turner. A relação saúde-cultura, examinada pela autora é caracterizada como um sistema xamânico tanto nas representações de saúde doença quanto nas práticas de cura. “Doença faz parte dos processos simbólicos e é uma entidade percebida e vivenciada universalmente. É um processo “experiencial” que depende de fatores culturais, sociais e psicológicos, operando conjuntamente com os processos psicobiológicos. A chamada antropologia médica interpretativa-crítica percebe o processo terapêutico como uma negociação de interpretações entre pessoas com conhecimento e posições de poder diferenciados. Reconhecendo que até mesmo o conhecimento médico de um grupo não é autônomo, pois é continuamente modificado através da ação e da mudança político social’. Só é possível entender as reações dos Siona frente ao contato com a sociedade não indígena – as doenças introduzidas e as novas alternativas de cura – explorando o contexto sociocultural da experiência da doença. Há um itinerário terapêutico que é guiado por uma distinção entre doenças de “branco” e doenças do “índio”, essa classificação determinará a escolha do tratamento. O contato com o branco europeu aconteceu, no século XVI, através das missões franciscanas, nessa época a tribo chegava a cinco mil indivíduos. Após a retirada das missões havia apenas 1500 a 2000 pessoas. Com a saída dos missionários os índios passaram a gozar de certa autonomia política e econômica; e mantinham as suas praticas tradicionais; sua organização sacropolitica havia se solidificado sobre a liderança de mestres-xamãs que tinham a responsabilidade de proteger e liderar as comunidades. No século