Idade media
É certo que Santo Agostinho não logrou formular a sua proposição de modo sistemático.
Entretanto, indicou expressamente como fazer depender da interveniência da divindade (vale dizer, do cristianismo) desde a ação moral ao entendimento do mundo, a relação entre a alma e o corpo, enfim, todo o conhecimento.
Santo Agostinho proporcionaria o direcionamento à primeira fase de elaboração da doutrina – denominada de Patrística – e que consistirá no grande legado que esses primeiros cristãos iriam deixar à posteridade, que iria corresponder á reconstituição da civilização européia, após o fim do Império Romano. Este patrimônio seria preservado nos mosteiros, deslocando-se para as universidades, quando de sua tardia criação. Iria informar o que se convencionou designar como Escolástica.
Denomina-se Escolástica à filosofia predominante no período compreendido entre os séculos XI e XIV, ensinada nas escolas, quer dizer, a filosofia cristã da Idade Média.
Ao formular sua doutrina, a Escolástica é uma continuação da Patrística, com base na consolidação dessa doutrina pelos Concílios. Contudo, a Escolástica inicia um nova fase, bem distinta da Patrística, enquanto se preocupa em organizar um sistema que reúna a doutrina dos
Padres e dos Concílios, harmonizando-a com os vários ramos do saber.
Nessa tentativa é que surge o problema da relação entre razão e fé, comum a todos os pensadores, desde Erígena a Duns Scotus. Assim que, de uma harmonia substancial entre razão, fé e coincidência de resultados, passa-se, no século XIII, a afirmar que a razão e a fé
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podem conseguir resultados independentes, mas não contrastantes; ao passo que, para o período pós-tomista, não é excluída a possibilidade de contrastes e de resultados opostos.
Deve-se lembrar, como salienta Sciacca, que