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Risoneide Gomes da Silva
CIMI, Paulo Afonso, BA, Brasil
Tel: (075)968-1702
Antes da chegada dos europeus nesse imenso território – que atualmente chamamos Brasil – habitavam aproximadamente 5 milhões de índios; com numerosas diferenças econômica, social, política, religiosa e cultural. Nos dias atuais, mesmo depois de tanto genocídio, ainda vivem no Brasil cerca de 240 mil índios com cerca de 170 línguas distintas.
Os índios Fulni-ô são sobreviventes dos povos indígenas de Pernambuco, localizados no município de Águas Belas, na região semi-árida a 310 km de Recife. Com a vinda dos europeus, os índios Fulni-ô doaram forçadamente, parte de suas terras ao patrimônio da igreja, as quais foram mais tarde arrendadas pelo pároco a não-índios e teve como conseqüências: o crescimento da população, a formação da cidade de Águas Belas; aumento dos conflitos entre ambos e o afastamento da população indígena para um quilômetro adiante do antigo aldeamento, onde permanece a maioria até hoje. A distribuição de 11.500 ha de terra aos índios, prometida em 1877 pelo governo provincial, até hoje não foi resolvida.
Atualmente a população Fulni-ô é de aproximadamente 4.000 índios distribuídos entre a aldeia grande, a pequena comunidade Xixiaklhá e os que arriscaram a sorte para sobreviver em outras cidades e estados. O povo Fulni-ô é único dentre os 23 povos indígenas do Nordeste que conserva sua língua nativa o Yathê.
Os índios viviam da caça, da pesca e da colheita. Mas como foram expulsos do litoral e das margens dos rios, não tinham mais como pescar, e com os inúmeros desmatamentos, a caça, os frutos e sementes que coletavam para sua subsistência, tornaram-se escassos. Como os Fulni-ô estão inclusos neste contexto histórico dos índios do Brasil, tiveram que se adaptar as novas exigências da sobrevivência, ou seja, aderir à economia dos não-índios –