Hábitos alimentares de escolares adolescentes de um município do oeste do paraná
Na avaliação de mudanças ocorridas em três inquéritos, as Pesquisas de Orçamento Familiar (POF), das décadas de 60 e 80, e o Estudo Nacional da Defesa Familiar (ENDEF), 1974, 1975, Mondini & Monteiro observaram : a redução no consumo de cereais e derivados, feijão, raízes e tubérculos, principalmente da década de 1970 para a de 1980; o aumento contínuo no consumo de ovos, leite e derivados; a substituição da banha, bacon e manteiga por óleos vegetais e margarina; e o aumento no consumo de carnes. Monteiro et al. , ao analisarem as mudanças na composição orçamentária familiar ocorridas entre as POF de 1988 e 1996 no Centro-Sul, consideraram como mais importantes o aumento relativo na oferta de carnes e a redução na participação de óleos e gorduras vegetais. Encontraram também a redução de raízes e tubérculos em menor grau, e a estagnação de cereais, verduras, legumes, frutas e sucos naturais. Os dados da POF 2002/03 mostram que o brasileiro vem reduzindo o consumo de alimentos tradicionais e aumentando o consumo de alimentos preparados. Segundo Sichieri, “os hábitos alimentares se modificam. A mídia os constrói e os substitui”.
A influência da renda aparece menos expressiva sobre o consumo alimentar da população. Contudo, pesquisa desenvolvida em 1994, com 535 famílias de Campinas, mostrou que o consumo é determinado pelo padrão econômico da família. Com o aumento da renda familiar, diminuiu o consumo de arroz e feijão e aumentou o consumo de carne bovina e frango. Os resultados reforçam os obtidos pelo ENDEF, da década de 1970, que indicam que quanto maior o poder aquisitivo familiar, menor a proporção de famílias cuja ingestão de alimentos não satisfaz aos requisitos