HUMOR
André-Comte Sponville
IFMT – Campus Fronteira Oeste/Pontes e Lacerda
Discente(s): Carla Soares, Jaqueliny Riquelme e Kamila Barroso
Docente: Cleuber
Turma: 3º Secretariado - Vespertino
O Humor
Que
ele seja uma virtude poderá surpreender. Mas é que toda a seriedade é condenável, referindo-se a nós mesmos. O humor nos preserva dela, além do prazer que sentimos com ele.
É impolido dar-se ares de importância.
Não
ter humor é não ter humildade, é não ter lucidez, é não ter leveza, é ser demasiado cheio de si, é quase sempre carecer de generosidade, de doçura, de misericórdia... Porém não exageramos a importância do humor. Um canalha pode ter humor; um herói pode não ter. Um irresponsável pode ter; um responsável pode não ter. Mas isso não prova nada contra o humor.
Humor
não é sinônimo de irresponsabilidade, infantilidade, alheamento ... ou falta de bom senso, pelo contrário, no humor sempre tem que haver bom senso, caso contrário, cai no ridículo, no vulgar, na idiotice.
É
uma virtude engraçada em certo sentido, pois caçoa da moral, mas é uma grande qualidade que pode faltar a um homem de bem, sem que isso atinja a estima que temos por ele, inclusive a estima moral.
O humor não impede a seriedade, ou nossos compromissos, nossas responsabilidades, até mesmo no que diz respeito à condução de nossa própria existência. Mas impede de nos iludirmos ou de ficarmos demasiado satisfeitos.
Que valeria o amor sem alegria? Que valeria a alegria sem o humor? Tudo
que não é trágico é irrisório. Eis o que a lucidez ensina. E o humor acrescenta, num sorriso, que não é trágico... Verdade do humor. A situação é desesperadora, mas não é grave.
Por certo não faltam motivos para rir ou chorar. Mas qual é a melhor atitude?
Riso ou lágrimas, riso e lágrimas. Nós oscilamos entre esses dois pólos, uns pendendo mais para isso, outros mais para aquilo... Melancolia ou alegria?
Mas há rir e rir, e cumpre distinguir aqui o HUMOR da IRONIA.
A ironia não é uma virtude,