Humanização
Renata Borges da Silva Galiotto
RESUMO
O predomínio do modelo médico assistencial curativista no fazer/pensar saúde dos profissionais compõe a maior parte dos entraves para a melhoria dos serviços prestados no espaço do Sistema Único de Saúde (SUS). A burocratização do acesso e a pulverização de tecnologias impedem ao usuário, aos trabalhadores e aos gerentes do sistema a visualização das potencialidades assistenciais instaladas. Diante disso, essa pesquisa bibliográfica de caráter exploratório apresenta uma reflexão a partir das tecnologias leves, quais sejam, o acolhimento, a produção de vínculo a autonomização e a gestão compartilhada de processos de trabalho, como norteadoras das práticas em serviços em saúde, na busca de qualidade de vida dos cidadãos usuários do sistema. Esta nova concepção de modelo assistencial pressupõe sujeitos engajados na luta pela qualidade de vida, tendo os usuários como o centro do atendimento e os trabalhadores como co-gestores do seu processo de trabalho.
PALAVRAS-CHAVE: tecnologias leves, modelo assistencial, serviços de saúde
INTRODUÇÃO
O modo de se produzir saúde no Brasil é alvo de constantes debates junto aos órgãos gestores de saúde. Os modelos atuais de práticas clínicas fundamentadas no sanitarismo já não têm como objetivo defender a vida individual e coletiva dos usuários da rede de saúde.
As políticas de cuidado em saúde praticadas pelas instituições de saúde pelo Brasil estão marcadas pela perda de sua dimensão cuidadora para com os usuários mesmo após as mudanças na legislação, instituídas através da Lei Orgânica da Saúde – Lei 8080 (BRASIL, 1990a) que indicaram ao setor Saúde uma reformulação político-administrativa com base nas diretrizes gerais da universalização da atenção; integralidade das ações; equidade no atendimento; descentralização da execução e da tomada de decisão; participação da sociedade em diversos