Humanismo
No final da Idade Média, a Europa passa por profundas transformações. Com o mercantilismo, a economia baseada exclusivamente na agricultura perde em importância para outras atividades. As cidades portuárias crescem, atraindo camponeses para novas profissões e pequenas indústrias artesanais. Nessas pequenas cidades chamadas burgos, progride uma nova classe social, a burguesia, composta por mercadores, comerciantes e artesãos, que passa a desafiar o poder dos nobres. O espírito medieval, baseado na hierarquia nobreza-clero-povo, começa a desestruturar-se. Diante do progresso, o homem percebe-se como força criadora capaz de influir nos destinos da humanidade. O misticismo medieval perde força e o teocentrismo dá lugar ao antropocentrismo. Com a queda de Constantinopla, tomada pelos turcos em 1453, numerosos sábios gregos fugiram para a Itália, levando consigo manuscritos de autores da Antiguidade greco-latina. Surgem, então, os humanistas: homens da Igreja, artistas e professores. O Humanismo foi um movimento cultural que, além do estudo e da imitação dos autores greco-latinos, fez do homem objeto de conhecimento, reivindicando para ele uma posição de importância no contexto do Universo, sem , contudo, negar o valor supremo de Deus. O Humanismo, ou 2ª época medieval, corresponde, em Portugal, ao período que vai desde a nomeação de Fernão Lopes para o cargo de cronista-mor da torre do Tombo, em 1434, até o retorno de Sá Miranda da Itália, introduzindo em Portugal a nova estética clássica, no ano de 1527. Em Portugal, toda essa transição tem como marco cronológico a Revolução de Avis (1383-1385). O choque entre a nobreza decadente e a nascente burguesia antifeudal verifica-se logo após a morte do rei D. Fernando. Com o perigo da aproximação de Portugal aos reinos castelhanos, a burguesia busca o apoio do povo e fortalece a liderança de João, o Mestre de Avis. Com a Revolução e a aclamação de João como rei de