Humanidade e animalidade, tim ingold
UFMG Psicologia Fafich
“A humanidade é um tema peculiar da antropologia.”
Como se construir a ciência da humanidade?
Primeiro poderia se pensar nas condições de Homo Sapiens não passando de mais um espécie dentro de outras milhares, só mais um animal, e ainda por cima, uma espécie relativamente jovem. Ou também se pode compreender a humanidade levando em consideração a capacidade humana de criar a partir de seu pensamento e suas ações, determinando assim o Homo Sapiens como uma espécie em particular distinta dentre outras nominações.
No entanto pensar em um conceito que se faça correto para guiar a definição de ciência humana parece um tanto complicado, impossível, pois tal tema sempre esquiva-se dos limiares de entendimento disponíveis.
Dessa forma a questão não é a dificuldade de analisar a condição humana, mas sim na realidade a noção de que jamais teremos a capacidade de acompanhar o passo dessas transformações humanas.
Nota-se que essas duas visões diferem muito entre si, e sendo assim devemos analisar a condição da humanidade com base nas ideias a cerca dos animais.
Na tradição do pensamento ocidental os conceitos de “humano” e “ocidental” encontram-se repletos de comparações, ambiguidades e conceitos muito preconceituosos intelectuais e emocionais.
Desde sempre, os animais ocupam posição de base na construção de conceito ocidental de homens e também da imagem que homem ocidental faz da mulher.
A humanidade é concebida a partir de uma depreciação do conceito de animalidade, o que é demonstrado a partir de aspectos ditos singulares dos homens como: suposta linguagem, razão, intelecto e moralidade.
Sem contar que quanto mais a sociedade humana cresce, é percebido como descoberta polêmica a realidade de que humanos também são animais e que essa comparação entre humanidade e animalidade nós proporciona um entendimento mais claro do que nós somos.
O artigo, Humanidade e Animalidade, de Tim Ingold