hugo chavez
Chávez, que poucos meses depois de assumir o poder em 1999 lançou o programa dominical "Alô, Presidente" - com duração média de 5 a 6 horas todos os domingos -, entrou nas casas dos venezuelanos, que se acostumaram a ouvi-lo dia e noite, inclusive várias vezes no mesmo dia, em qualquer data.
Como principal plataforma de exposição utilizou as cadeias de rádio e televisão - de transmissão obrigatória -, nas quais informava, liberava recursos ou inaugurava obras, em aparições sempre impregnadas por um estilo próprio, com direito a piadas, contos e músicas.
Também atacava a oposição e os meios de comunicação privados, que chamava de "apátridas", "burgueses" ou "imperialistas". Acusava todos de conspiração contra seu governo.
— Desde a campanha (em 1998), Chávez apresentou coisas muito polarizadas, com uma linguagem bélica, que depois transferiu para o discurso contra a imprensa. Isto levou a imprensa a assumir um papel de oposição quase política, também ante partidos que pareciam diminuídos — disse à AFP Carlos Correa, diretor da ONG Espaço Público, que promove a liberdade de expressão.
Mas a "guerra midiática", como afirmava Chávez, começou realmente durante o golpe de abril de 2002 - que o afastou do poder por 48 horas -, quando os canais privados optaram por exibir desenhos animados e não informar sobre as manifestações nas ruas que pediam o retorno do presidente.
— O papel que desempenharam no golpe de Estado emissoras como a RCTV e a Venevisión está no consciente e inconsciente de todo venezuelano — afirmou à AFP o cientista político Nicmer Evans, que justifica as medidas que adotadas depois pelo presidente contra alguns meios de comunicação privados.
— A bandeira da