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Gislene Danielski
A Encíclica Rerum Novarum é um documento da Igreja que foi escrito no século XIX, auge da segunda Revolução Industrial. Fruto do pontificado de Leão XIII, a Encíclica constitui um marco na história da Doutrina Social da Igreja, foi o documento pontifício que abriu as reflexões sociais no território eclesiástico. A seguir será brevemente apresentado o conteúdo desse documento papal.
O século XIX foi marcado por uma drástica situação social, o crescimento das indústrias, o lucro, a produção, estavam acima de qualquer coisa, inclusive acima da vida dos proletários que
“vendiam” sua mão de obra. A riqueza estava concentrada na mão de um pequeno grupo, enquanto multidões padeciam de uma situação de total miséria. Através da Encíclica a Igreja reconheceu que tal situação era imerecida para os proletários de então, já não atribuindo à vontade de Deus a existência de tal situação, mas afirmava ser necessário “vir em auxílio dos homens das classes inferiores, entendendo a que eles estão pela maior parte numa imerecida situação de
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infortúnio e de miséria” .
A partir desse posicionamento, a Igreja distingui-se claramente da corrente socialista que também se opõe a realidade gerada neste período da história. Contrária ao socialismo, a Igreja veio defender o direito a propriedade privada. Segundo a reflexão apresentada por Leão XIII, seria inadmissível que o homem fosse impedido de possuir, de ter o que lhe fosse necessário, de fazer uso do salário de seu trabalho como lhe interessasse, inclusive tornando-se proprietário de bens possivelmente adquiridos. A pretensão do socialismo de fazer com que tudo se tornasse comum, seria “tornar a situação dos operários mais precária, retirando-lhes a livre disposição do seu salário e roubando-lhes, por isso mesmo, toda a esperança e toda a possibilidade de
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engrandecerem o seu patrimônio e