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“A Guerra Fria” – Hobsbawm
Ponto 1
Hobsbawm começa por nos dizer que “os 45 anos que vão das bombas atómicas até ao fim da US não formam um período homogéneo único na história do mundo”, ou seja, dividem-se em duas metades. Contudo, a história desse período foi reunida pela situação internacional peculiar que o dominou até à queda da US: o confronto entre as duas superpotências (EUA e US) na Guerra Fria.
Mal a 2ª GM terminou, a humanidade entrou naquela a que se pode chamar de 3ª GM, uma guerra muito peculiar pois, como observou Thomas Hobbes, “a guerra não consiste só na batalha ou no ato de lutar mas num período de tempo em que a vontade de competir através de batalha é suficientemente conhecida”. A Guerra Fria foi um desses períodos. Várias gerações cresceram à sombra de batalhas nucleares que a qualquer momento podiam estourar e devastar a humanidade.
O aspeto peculiar da Guerra Fria era o de que não existia perigo de guerra mundial, em termos objetivos. Os governos das duas superpotências aceitaram a distribuição global de forças no fim da 2ª GM. A URSS controlava uma parte do globo ou exercia influência sobre ela e não tentava ampliar a sua área de influência através da força militar. Os EUA exerciam controlo sobre o resto do mundo capitalista e não intervinha na zona controlada pelos soviéticos.
As linhas de demarcação na Europa foram definidas em 1943-1945 a partir de acordos em várias conferências e pelo facto de só o Exército Vermelho poder derrotar a Alemanha. Havia indefinições acerca da Alemanha e da Áustria que acabaram por ser solucionadas através da divisão da Alemanha.
Fora da Europa a situação era mais indefinida, exceto no Japão, onde os EUA estabeleceram uma ocupação unilateral que excluía a URSS e qualquer outro co-beligerante. O problema é que o fim dos velhos impérios coloniais era previsível e, em 1945, iminente na Ásia, ma a futura orientação dos novos estados pós coloniais não estava clara. Foi nesta área que as duas superpotências