Hospital da Colônia de Barbacena- Resenha
As atrocidades ocorridas dentro do manicômio de Barbacena são de revirar o estômago, perceber que aquilo não é um filme de ficção, e sim uma parte da realidade do Brasil é devastador. Tantos pacientes que foram ali internados com a esperança de serem tratados e recuperados perderam sua dignidade no momento em que passaram pelos portões do tão bem visto Hospital da Colônia.
Não seria exagero comparar essa calamidade com o holocausto alemão, foram duas tragédias com números distintos, porém, com dores semelhantes. Os defensores da luta antimanicomial usam o manicômio de Barbacena como símbolo aos maus tratos à pacientes com distúrbios mentais, são a favor de fecharem os manicômios porque lá os pacientes são tratados como marginais da sociedade e não têm o devido tratamento e cuidados necessários. Acho que fechar os manicômios é o menor dos problemas, o que mais me intriga e me preocupa é: Pra onde mandar pacientes com distúrbios mentais mais graves? Onde deixar pacientes agressivos e que não conseguem viver sozinhos ou com suas famílias? Qual será o destino desses pacientes após o fechamento dos manicômios? São questões que devemos nos preocupar e pensar muito a respeito.
Mais de um século depois da inauguração do Hospital da Colônia muita coisa mudou, agora sabemos diagnosticar corretamente nossos pacientes e dar o tratamento certo. Não admitimos mais chamar pacientes psiquiátricos como loucos/doidos e serem discriminados. Muita coisa mudou depois da reforma psiquiátrica e muita coisa ainda vai melhorar. Devemos lutar para o fechamento de manicômios como o Hospital da Colônia, mas sempre nos preocupando com o futuro de pessoas com distúrbios mentais e nos preocupar com a reintegração dessas pessoas na