horacio
Para o autor Mario Perini, Quinto Horácio Flaco foi um grande poeta. Morreu há 2.012 anos e suas obras ainda são lidas, estudadas e apreciadas por uma pequena elite latinista. O autor foi professor de latim por um tempo e gostava muito de ler as obras de Horácio, mas nem sempre o compreendia bem, pois para o autor algumas passagens pareciam sem sentido. Ao traduzir para a língua portuguesa uma das obras de Horácio, o autor não conseguiu compreender dois versos que dizia assim: “O amargo inverno vai derretendo com a volta da primavera e do favônio e as maquinas já estão arrastando as quilhas secas.” O autor sabia que favônio é um fenômeno natural freqüente na Europa e que quilha é a parte de baixo das embarcações. Durante muito tempo o autor analisou Horácio até que um dia chegou à compreensão dos dois versos. É que por causas naturais os fundos das embarcações (as quilhas) se deterioram e precisam passar por reformas. Sempre durante o inverno. Retirava-se as embarcações do mar para se trabalhar a parte de baixo e depois de pronto as maquinas devolviam as embarcações para o mar com a quilha seca. Por não compreender os fenômenos naturais, o autor não conseguia juntar os dois versos como um todo de forma coerente. A moral da história é que, para o autor compreender Horácio, ele precisou obter informações acerca da vida, da cultura dos Romanos do século I- a.c. Pesquisou com leitores de Horácio afim de reconstituir parte da cultura do povo da época. Para o autor Mario Perini, o homem não é somente um animal social, mais também um animal cultural. Prisioneiro da sua própria cultura. O autor nos diz que se colocássemos um texto, uma poesia de nossa época mesmo traduzido para o latim, Horácio teria sérios problemas para a compreensão devido à problemas lingüístico, cultural etc. Horácio acharia que o homem do futuro