Hora de mudar
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EXAME 858 16.12.2005 [imprimir]
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A hora de mudar | 16.12.2005
Todas as empresas passam por mudanças para sobreviver. O desafio é descobrir quando e como fazê-las Por Cristiane Correa
Fundado em 1966, o laboratório Aché foi por mais de três décadas um exemplo de empresa brasileira capaz de prosperar. Comandado pelos sócios-fundadores -- Adalmiro Dellape Baptista,
Antonio Depieri e Victor Siaulys -- , o Aché se tornou o maior laboratório de capital nacional. O espírito empreendedor do trio garantia o crescimento da receita e do lucro ano após ano. Mas a trajetória de sucesso começou a sofrer solavancos na década de 90. Primeiro, a Lei de Patentes proibiu a cópia de medicamentos sem licença -- modelo no qual o Aché se apoiava. Logo depois vieram os genéricos e a política de controle de preços. O Aché começou então a perder o prumo, movimento visível sob a forma de prejuízo. Em 2000, registrou o primeiro prejuízo de sua história: 3,3 milhões de reais. Em meio à crise, uma disputa acionária foi parar na Justiça. Só havia uma saída -- mudar. Desde o início de 2003, uma guinada gigantesca vem sendo comandada pelo executivo paulista Eloi Bosio. A ele coube profissionalizar a gestão -- o mais antigo dos 12 principais executivos tem apenas quatro anos de casa --, elaborar um plano estratégico formal, organizar a área de pesquisa e desenvolvimento e, sobretudo, disseminar na companhia o gosto por bons resultados. Aos poucos, a zona de conforto do passado foi ficando para trás. No ano passado, o Aché teve lucro de 32 milhões de reais. Com ânimos apaziguados e dinheiro em caixa, o Aché anunciou em outubro passado a compra do laboratório Biosintética. "Seria muito difícil obter os resultados se a empresa não tivesse passado pela mudança", diz Bosio.
O caso do Aché ilustra com perfeição um dos maiores desafios enfrentados pelas empresas: mudar. Nunca o mundo dos negócios foi tão competitivo. Graças ao