Homossexualidade na Idade Média
A homossexualidade na Idade Média é uma matéria de complexo estudo, embora os académicos e os estudiosos do “mesmo sexo” eram comuns nas culturas árabes medievais, como comprovado nas poesias deixadas sobre o amor do mesmo sexo.
Homossexualidade retratada no poema Ilíada, um poema épico grego que narra os acontecimentos ocorridos no período de pouco mais de 50 dias durante o décimo e último ano da Guerra de Troia.
De acordo com John Boswell, autor de Cristianismo, Tolerância Social e Homossexualidade, houve comunidades monásticas cristãs de pessoas do mesmo sexo e de outras ordens religiosas, em que a homossexualidade prosperou. De acordo com Chauncey et al. (1989), o livro “ofereceu uma interpretação revolucionária da tradição ocidental, afirmando que a Igreja Católica Romana não havia condenado os gays ao longo de sua história, e, pelo menos até o século XII, não tinha evidenciada nenhuma preocupação especial sobre a homossexualidade ou o amor celebrado entre homens”.
Homoerotismo retratado em pinturas gregas. Durante a Idade Média a vontade de Deus era o argumento para todas as ações, inclusive em situações cruéis. A ascensão do Cristianismo em Roma reverteu os valores da época, caçaram hereges e perseguiu os diferentes. O Papa passou a ter um poder divino sobre a terra, dividindo com os imperadores o governo das nações. O conhecimento ficou restrito aos nobres e aos clérigos.
A religião de Roma prosseguiu. Diversos são os relatos sobre casos de homossexualidade dentro das religiões e Papas homossexuais fizeram parte da história da Igreja. Em 1123, foi declarada a nulidade de casamentos de padres.
O papa Gregório instituiu o direito ao Tribunal do Santo Ofício, em 1231, e ordenou o combate às mazelas difundidas em toda a Europa. Os homossexuais foram tão perseguidos que, somente no Brasil, já no século XVII, foram registadas 4.419 denúncias de sodomia, dos quais, 30 foram enviados à Metrópole e condenados à fogueira.