Homossexuais na Ditadura
Brasil Post 11/12/14 13:44 BRST
Homossexuais, travestis e transexuais foram perseguidos e alvo de violações de direitos humanos durante a ditadura militar no Brasil (1964-1985), não apenas pelas forças policiais e militares como também pelos grupos militantes de esquerda, de acordo com relatório divulgado nesta quarta-feira (10) pela Comissão Nacional da Verdade, que dedicou uma seção à parte para os abusos cometidos contra essas minorias, assim como aos índios.
Paras os militares, os homossexuais eram vistos como uma ameaça à moral e aos bons costumes, opinião compartilhada por grande parte da sociedade extremamente conservadora da época, e até mesmo subversivo. Já para os militantes de esquerda, a homossexualidade era um "vício pequeno burguês".
Entre as violações descritas no relatório, disponível no site da CNV, estão rondas sistemáticas para ameaçar e prender travestis, gays e lésbicas: pelo menos 1.500 pessoas foram presas apenas na cidade de São Paulo, numa verdadeira prática de higienização. Na prisão, em especial os travestis eram torturados, espancados e alvo de extorsões.
Também há registros de afastamento de servidores públicos homossexuais, como o ocorrido no Itamaraty (Ministério das Relações Exteriores em 1969), censura a veículos de comunicação gays (como o jornal Lampião) e a jornais e revistas da grande imprensa quando tratavam do tema da homossexualidade. Por fim, os ainda embrionários movimentos de gays e lésbicas foram perseguidos nos anos 70.
Segundo o pesquisador Renan Quinalha, que auxiliou a Comissão da Verdade nesta parte da investigação, a homofobia foi uma "política de Estado" durante os anos de chumbo.
"Dada a natureza e o grau dessa perseguição, seja por atuação ou omissão do Estado, e levando em conta o preconceito e a discriminação com uma dimensão institucionalizada, é possível afirmar que a homofobia