Homeostasia
INTRODUÇÃO E GENERALIDADES
No século XIX o fisiologista francês Claude Bernard criou o conceito de meio-interno, referindo-se ao microambiente em que as células do nosso organismo encontram-se mergulhadas. Para ele, as células não se encontravam relacionadas ao meio ambiente, mas ao meio-interno
Bernard também concluiu que, para que a vida possa se manter, é necessário que as propriedades desse meio-interno sejam estáveis, incluindo nesse princípio também o meio intracelular e todos os outros compartimentos orgânicos
Os mecanismos e fenômenos através dos quais as propriedades do meio-interno mantém-se basicamente inalterados estão relacionados a uma condição indispensável à continuidade da vida, que é conhecida como HOMEOSTASIA ou HOMEOSTASE, princípio que é o núcleo de todos os processos fisiológicos conhecidos
De fato, todos os processos funcionais descritos nos seres vivos convergem, numa análise mais rebuscada, para a manutenção das propriedades e características dos diversos compartimentos orgânicos essencialmente inalteradas (na verdade, oscilando em torno de certos limites)
Variações maiores podem traduzir situações que clinicamente se expressam como estados patológicos, muitos dos quais podem efetivamente ameaçar a própria vida
Homeostasia: um erro conceitual
Um erro conceitual muito comum se associa à noção de homeostasia. É muito difundida a idéia do organismo humano como um exemplo de equilíbrio perfeito, e nesse sentido a homeostasia se confundiria com esse suposto (e desejado) estado de equilíbrio, o que se encontra muito distante da realidade
Os processos homeostáticos, em geral, ocorrem de tal maneira que os diversos compartimentos orgânicos, quer microscópicos, quer macroscópicos, mantém sua propriedades gerais basicamente inalteradas ao longo do tempo, de forma quase independente dos estímulos ou ocorrências que atuem em contrário Esses compartimentos são, de início, diferentes entre si, o que nos