Homens, mulheres e chefes
O autor caracteriza dois grupos, que são iguais morfologicamente, mas distintos em comunicação ou fala. Um grupo utiliza um dialeto que é compreensível, enquanto o outro não. Dentro desses grupos há forças antagônicas, onde o autor deixa claro que a relação entre homens era de primos e a mulher com homens (que não fosse seu marido) era de irmãos, e vice-versa. Surge então, um terceiro grupo que temia os outros; relembrando que o grupo que não tinha comunicação compreensível desconfiava dos outros que ele não conseguia compreender.
Fica evidente ainda que os chefes dos grupos são de extrema importância, pois eles influenciavam os outros integrantes da comunidade. Então, esses chefes tinham que agir como líderes e cumprir um papel satisfatório, pois caso contrário, as pessoas do seu grupo iriam para outras tribos, trocando-o por um líder melhor. Um grupo pode variar com o tempo, ele pode evoluir ou desintegra-se de um grupo, pois os líderes podem mudar devido aos conflitos internos de cada grupo. Por fim, o autor cita o grupo Wakletoçu como possuidor de um chefe engenhoso e inteligente.
Muito curiosa e peculiar é a posição do chefe entre os Nhambiaquara, cujo poder é adquirido não hereditariamente, mas através da indicação do próprio líder quando este já está velho e não consegue mais cumprir com as suas obrigações.
Todavia é bastante frequente a recusa daquele a quem foi oferecida tal função e isso pode ser compreendido observando a grande responsabilidade e a fraca autoridade que o chefe possui perante a comunidade. Por ser tão instável o lugar ocupado por este líder, ele não pode ser considerado como soberano absoluto e para que o mesmo possa se manter a frente do povo, a generosidade é um fator essencial e disso depende toda a manutenção e exercício do seu poder.
Outra particularidade do chefe neste grupo é sua obrigação de satisfazer as necessidades dos indivíduos do bando, mesmo que para tanto seja necessário sacrificar as