homem e sociedade
Em meados do século XIX, a humanidade levou um choque. Um cientista inglês, geólogo e naturalista, ameaçou nosso lugar sobre o pedestal dos seres vivos. Charles Darwin colocou-nos na incomoda companhia de todos os outros animais. Afirmou que todos somos frutos de uma mesma evolução biológica, assemelhando-nos a nossos parentes mais próximos, os primatas.
“ Certo, somos animais que, como os demais, participamos do processo evolutivo, mas acreditamos ser essa evolução um progresso: caminha-se do mais simples ao mais evoluído, ao mais elaborado, situando-nos na ponta superior”. Assim, nossa prepotência se manteve intacta: continuamos acima dos demais animais.
É difícil reconhecermos que as mutações aleatórias da evolução dos seres vivos não caminham, necessariamente, a partir de um plano pré-determinado. A evolução poderia muito bem ter acontecido sem a emergência daquilo que chamamos de seres inteligentes ( nós mesmos). Pior: pode continuar acontecendo perfeitamente sem a nossa presença, após a extinção da espécie humana.
Sigmund Freud observou, com ironia, que a grande revolução cientifica auxiliam na derrubada da arrogância humana de seu pedestal anterior, afastando as convicções que temos de nossa posição central e dominadora. A primeira dessas revoluções foi a copernicana, que nos removeu do centro de um reduzido universo e nos remeteu à condição de habitantes de um pequeno planeta que gira em volta de uma estrela. A segunda grande evolução, para Freud, foi a darwiniana, por nos colocar na descendência comum a todos os demais seres vivos. Situou, ainda, sua própria descoberta sobre o inconsciente como responsável por fazer reconhecer que temos um porão desconhecido do qual a razão não consegue dar conta.
Ao lado da biologia, da paleontologia e da arqueologia, a antropologia esteve sempre nessa busca ainda não alcançada de decifração de nossas origens.
A primeira teoria da evolução surgiu no inicio do século passado através do